sábado, julho 30, 2005

Love is Paranoid

... and I got a sun f*cking burn today.

sexta-feira, julho 29, 2005

Ele há alturas na vida em que ouvir Sepultura (da altura do Max Cavalera, desconheço o nome da actual besta - no sentido físico - que é o novo vocalista) se torna bastante terapêutico.
Larguei a lista de "blues" (é mesmo assim que lhe chamo) e optei por um mix de Sepultura, Soulfly e algumas de Nirvana.
Desde aquela noite em Santa Cruz em que aquela banda de covers tocou este som.
Está a ser terapêutico no sentido em que me ajuda a ser aquilo que eu pretendo ser mais, nos próximos tempos. A fuckin' bitch.
Ele há alturas na vida em que uma pessoa tem que largar a onda depressiva de Radiohead e optar por um estilo de vida mais CHAOS AD!!!!!!! eheheh.
It's working, by the way. Vá, não tenham medo. Saquem a faixa "Roots Bloody Roots", do Roots. You won't regret.

quarta-feira, julho 27, 2005

Bia

A minha sobrinha tem 5 anos.
A minha sobrinha gosta de Calipos, mas de limão (eu prefiro de morango e ainda assim prefiro o perna de pau).
A minha sobrinha gosta mais do Cartoon Network, que não é falado em português, que dos desenhos animados japoneses dobrados em português no Panda (eu também).
Os desenhos animados preferidos dela são a Kim Possible do Disney Channel. O filme é a Barbie Quebra Nozes (or whatever).
A minha sobrinha gosta de canja, como a tia e a avó, mas não gosta de cerejas, como a tia e a avó.
A minha sobrinha gosta de animais e não tem medo de ratos, aranhas nem de minhocas.
A minha sobrinha acorda rabugenta de manhã, como a tia. Muito coradinha e quente, ninguém diria que é uma encarnação do demo.
A minha sobrinha adora plasticina e marcadores, mas não gosta de lego nem de lápis de cor.

Hoje fui buscá-la à creche, vi aquele bichinho a correr direito a mim, a falar, a expressar vontades e gostos. E ocorreu-me que ela já não é um bichinho, é uma pessoa. Uma pessoa quase inteira. Uma pessoa que me obriga a comprar um Calipo de Limão para depois o deixar cair inteiro no chão enquanto jogava à apanhada com uma amiga feita à 5 minutos.

terça-feira, julho 26, 2005

Perdição

Às vezes quando acordo sinto-me perdido

As ideias surgem-me confusas
Nem sempre as consigo controlar e parecem todas baralhadas

É engraçado
Porque o mesmo parece acontecer quando me apetece escrever
E por isso mesmo gosto de escrever
Gosto de desenhar as palavras

E também gosto das palavras porque assim posso lê-las

Gosto das palavras porque elas são mudas
Pode-se olhar para elas e nem sequer as estar a ler

E é agradável fazer isso porque elas não se queixam
Nem sequer ousam responder

São como um animal manso que se deixa ficar a ser observado
Enquanto faz os seus disparates

Assim sinto-me bem a apetece-me rir

Às vezes também penso no que pensam os outros
Quando sabem que sou assim
Ou pensam que não sou bom da cabeça

E nesse caso apetece-me ir para o fim do mundo
Mas não um fim qualquer, mas sim o meu fim do mundo

Onde um sorriso vale mais que mil acções
Ou até mesmo mil palavras
Ou mesmo uma simples expressão facial
Pode ter mais significado que qualquer coisa que possa oferecer

E onde qualquer sorriso ou expressão
Mesmo feita uma só vez
E nunca mais alguma vez vista
Fica assim guardada na memória e nunca mais se consegue esquecer

Risos!!!

Esse mundo não existe!!

Só mesmo na minha cabeça


É por isso que acordo perdido

domingo, julho 24, 2005

Mas que queria eu desta vida

Mas que queria eu desta vida
Senão o pesar de viver com o passado
Já nem o futuro parece sorrir
Vejo curvas longíssimas e obstáculos
Não há fé no que está para vir
Existe um fim
E não é mais que um princípio
Um círculo viciado
De onde não consigo sair
Uma névoa na minha mente
Só me ouço a mim gritar
Névoa não me deixas pensar!
Não me deixas ver a claridade!
Impedes a minha tranquilidade!
Há uma fúria que não controlo
Um sangue que corre a ferver
Um coração que bate tão forte
Que de mim parece querer fugir
E procurar outro pouso de calma
Que é afinal onde eu queria estar

sábado, julho 23, 2005

?

É impressão minha ou o Verão já fritou muita gente?
Chill out!

sexta-feira, julho 22, 2005

Desafio

Nos últimos dias tenho andado a imprimir aqueles projectos que adoro, mas que não consigo fazer. ou que consigo, mas que talvez me levem à loucura. Ontem um casaco que já desisti da ideia e agora descobri este vestido. Tricotadeiras exímias andam de volta dele e falam disso aqui, e fiquei desmoralizada. A (70% mohair e 30% seda) custa 10 euros o novelo. Nunca fiz renda em tricot. Pedi a uma americana a cópia das instruções (shiu, não digam a ninguém) para examinar melhor este colossal projecto de tricot.
Então decidi começar aquela blusa tão simples que imaginei na minha cabeça há meses, mas que nunca me apeteceu fazer.
Gostava de ter a coragem para aceitar estes e outros desafios. Vocês estão a pensar que eu sou doente, mas o tricot também imita a vida. E a comida :)

quinta-feira, julho 21, 2005

Cool Boys Knit

Andava há semanas ansiosa pela nova edição de uma grande revista online, a Knitty. Qual não é a minha surpresa quando hoje vou espreitar e a encontro.. uma edição de Verão inteiramente dedicada aos nossos amigos homens. E a camisola da "capa" foi mesmo elaborada, pensada e tricotada por um homem.

Caras amigas tricotadeiras, lembrem-se só que tricotar uma camisola a um namorado é meio caminho andado para rebentar com a relação. Depois de semanas e semanas de trabalho intensivo, cheio de amor e carinho, se essa camisola acabar numa gaveta e nunca for usada a frustração poderá ser fatal ;)

Fez-me lembrar uma história do livro "Meditations for Women who Knit too Much": Um puto de 8 anos que tricotava num centro comercial, foi abordado por outro puto que lhe diz, cheio de escárnio: "Hey! Boys don't knit!". Ao que o puto responde: "Aparently, they do."
Puto esperto ;)
E então, algum de vós quer experimentar?

quinta-feira, julho 14, 2005

Dias da minha vida

São dias. São só datas na vida de cada um.
Hoje seria uma delas, ontem seria outra, mas muitas mais há por ai. Sao recordações que não quero ter, coisas que magoam lembrar, mas ao mesmo tempo fazem parte do que sou, da pessoa em que me transformei.
Nesse dia disse "Um dia, ainda me vais fazer sofrer.", e respondeu num tom doce, "Isso nunca vai acontecer!", enquanto me olhava com uns olhos tristes, talvez por me ver com a expressão de quem falava com a certeza do que dizia. Talvez só por saber, mas não querer acreditar, que na verdade isso iria acontecer, e preferisse viver na ilusão em que tudo é um mar de rosas... as rosas têm espinhos. E aconteceu realmente. Um outro dia acabei a sofrer. Mas esse sofrer teve o seu fim. Pensei eu que isso seria sofrer. Querer ter algo que já não podia. No dia do fim desse sofrer, algo me fez voltar a repetir as palavras que há muito havia dito, e mais uma vez obtive a mesma resposta, no mesmo tom de doçura, desta vez com algo mais a acrescentar, "Esquece o que aconteceu, nao voltará a acontecer!". Preferi acreditar. Bem sabia que o não devia fazer, mas era mais forte que eu. O tempo passou. E mais um outro dia, e voltou a acontecer. E pensei que mais uma vez conheceria o sofrer. Sofrer aprendi eu o que é, e não é o que tive nessas duas vezes. Sofrer não é lembrar o que aconteceu, os momentos que tive. Sofrer é saber, que num dia futuro, daqui a uma semana, um mês, um ano, não vou ter mais do que me lembrar, desde aquele dia em que aconteceu o meu último suposto sofrer.

quarta-feira, julho 13, 2005

Beware

Big Brother wants to watch you...

Old me

Hoje, enquanto trabalhava *cof* ao computador, reparei que algures num dos canais novos da Tvcabo estava a dar a Ally McBeal. Um episódio de que me lembro muito bem.
A Ally McBeal era a minha droga da 3a feira à noite, esperava ansiosamente pelo fim do Big Brother por mais um episódio. Nessa altura eu vivia de cabeça confusa. Bom, continua confusa, mas de uma maneira diferente. Porque as coisas que doem, geralmente, têm uma moral da história e uma pessoa aprende. Eu pelo menos acho que me servem de emenda.
Sim, mas a Ally. O tal episódio.
Lembro-me de uma situação ridícula, que em parte aconteceu devido à fraqueza emocional que me torturava naquela altura. Big Brother. Acabadinha de chegar a casa, queria ver a Ally. Foi naquele dia que a Verónica saiu, lembram-se? E que o Sérgio foi a correr atrás dela. Ai... riam-se à vontade, mas chorei que nem uma Maria Madalena. Pois é, a minha veia lamechas aponta para aqueles clichés do "ela vai embora, ele vai desesperado a correr atrás dela". Não sei porquê, mas sou uma sucker por cenas dessas. E nem sou assim, eu sempre digo, se vais virar as costas é bom que te prepares para que ninguém venha atrás de ti. Senão não se vira as costas e pronto.
Pois, a Ally. No meio de lenços ranhosos e soluços, lá começou o episódio. Lembro-me tão bem... E o que foi acontecer, aquele episódio parecia ter sido escrito para mim... Resultado, mais choro, insónias, e uma angústia que se prolongou pelo dia seguinte fora. Ora, meus amigos, eu até me recordo em que dia foi: 17 de Abril de 2001. O dia do almoço anual com 3 amigas (que deixou, entretanto, de existir). Aí fui eu, ainda abananada, pelo lumiar fora, num pranto terrível.

Sentei-me no sofá a ver o tal episódio outra vez. Nada. Um absoluto, apaziguador nada.
E pensei: "estou diferente".

terça-feira, julho 12, 2005

Atracções Perigosas

É engraçado observar o fascínio das pessoas por tudo o que se possa tomar, principalmente se for legal.
Hoje, por curiosidade, fui assistir a uma apresentação de uns produtos, na qual os presentes foram presenteados com uma dose limitada de batidos "mágicos". A sofreguidão das pessoas foi clara e divertida de observar, mas, quando um senhor regressou à sala, segurando uma sofisticadíssima caixa de comprimidos, onde se podiam contar dezenas de variedades de cores e formas, aí sim, foi o auge. Os olhares faiscantes, na cobiça daquelas pílulas milagrosas e apetecíveis; um fascínio indisfarçável por aquela panóplia exuberante de pós comprimidos e de cápsulas lustrosas.
Pensei cá para mim que nas salas de chuto não deve ser muito diferente.

sábado, julho 09, 2005

I like this one better

And the wise man say I don't want to hear your voice
And the thin man say I don't want to hear your voice
And they're cursing me, and they won't let me be
And there's nothing to say, and there's nothing to do

Stop whispering, start shouting
Stop whispering, start shouting

And the mother say we spit on your son some more
And the buildings say we spit on your face some more
And the feeling is that there's something wrong
Because I can't find the words and I can't find the songs

Stop whispering, start shouting
Stop whispering, start shouting

Dear Sir, I have a complaint
Can't remember what it is

It doesn't matter anyway
It doesn't matter anyway


radiohead

quinta-feira, julho 07, 2005

Arrastão

Não vi, repito, não vi uma única imagem sobre o so-called "arrastão". Não vi uma única notícia sobre o facto, nem me dei ao trabalho de ler no jornal. Chamem-me desinteressada. Desta vez tive sorte. Pela primeira vez, assisti ao noticiado nos telejornais. E pela primeira vez percebi o que se passou.
Parece que fui a única que não foi enganada. Vejam este filme (via metrografismos).


Agora, coisas mais sérias. Eu sei que pode parecer insensível (mas eu cá tenho as minhas razões), ao acordar liguei a TV e vi que algo se tinha passado no Metropolitano de Londres. Assim que as palavras "terrorismo" passaram em rodapé, mudei para a tvcabo. Parece que vou ter mais umas semanas sem conseguir ver os noticiários e afastar-me dos jornais.
E ainda me perguntam porquê...
No ponto onde o mundo está, acho que tenho semanas em que prefiro ser ignorante que manipulada.

quarta-feira, julho 06, 2005

Que lindo

Hoje foi um dia cheio de temas engraçados para aqui serem expostos, mas vou apenas escrever sobre dois, que são:

1º - Durante as minhas interminaveis ligações entre Torres e Lx dei por mim a pensar em algo muito "interessante", isto até já estava a demorar, pensar em coisas ridiculas durantes as viagens, isto deve querer dizer que ainda tenho demasiado tempo disponível, mas voltando ao assunto, dei por mim a pensar na razão pela qual se pratica o culto da beleza, qual a razão que leva a que a nossa sociedade assim o exija. A conclusão a que cheguei foi que, todos gostamos de nos sentir apreciados, a meu ver a maneira mais directa de sermos avaliados é o nosso aspecto exterior, e quem não gostaria de ter uma boa imagem para pelo menos ter essa oportunidade de causar logo boa impressão, até alguma inveja, de se ser apreciado, pelo menos até abrir a boca. Mas mais impressionante que tudo isto foi o facto de ter pensado nisto tudo sozinho, sem a ajuda de ninguém, estou mesmo orgulhoso de mim, bem isto já está a descarrilar, quanto a este tema acho melhor ficar por aqui.

2º - Este sim bastante mais hilariante. Hoje uma pirralha de 9 anos teve o descaramento de se virar para mim e dizer "Tu não és mulher para saber o que isto é!", quanto a isto ainda estou meio em estado de choque, só me ocorre uma pergunta: Onde é que isto vai parar?

segunda-feira, julho 04, 2005

Parabéns a Você

Oh ana carina, mas que post tão grande.
Pois é, é assim que se comemoram aniversários, em grande. Escolhi assim estes posts do último ano, em jeito de retrospectiva. Uns porque me marcam, outros porque me fizeram sorrir e outros ainda porque gosto.

Um, dois, três!

"

Sexta-feira, Agosto 20, 2004

Under the stars

São 5.50 da manhã, antes de chegar a casa dei por mim a ver as estrelas no meu "pequeno refúgio" (onde vou sempre fumar um último cigarro ou quando vou apenas pensar) a fumar o último cigarro da noite que alguém me deu, quando reparo que ainda conseguia ver os restos da chuva de meteoritos de Persieds, que acontece todos os anos em Agosto.
E em menos de 5 min. (o tempo de um cigarro) vi umas 3 ou 4 "estrelas cadentes" e nesses 5 min. só me veio à cabeça a frase, que de certeza já alguém disse, "If only i could reach the stars..."

# posted by tiopernas @ 5:50 AM

Sexta-feira, Agosto 27, 2004

Retrospectiva

Não, não estou a dizer que o Verão acabou. Mas não tarda vou ter que pegar nos malditos livros, máquinas de calcular, canetas e lápis. E trocar as t-shirts pelas lãs. Procurar os cachecóis.
No entanto, depois de um cafézito com alguém que não estava nada à espera que me convidasse para tal, pensei neste último e maravilhoso mês de Agosto. Nada mais vai ser igual a partir de agora...

Houveram as desilusões, que não foram desilusões, porque eu já não espero nada de ninguém (como se isso fosse possível), vamos antes chamar-lhes "descobertas". As pessoas não são aquilo que gostariamos que fossem. Ele há os grandes provocadores (um artigo sobre eles na Xis, muito elucidativo), os grandes amigos (este Verão redescobri-os), os grandes dissimulados, os medrosos, os que fogem da vida, os ébrios e os sóbrios. Os confusos. Por íncrivel que me pareça a mim, descobri este Verão muitas e muitas novas coisas (algumas só se consolidaram) sobre os que me rodeiam durante os restantes 11 meses e principalmente.. sobre mim.

Isto pode tudo parecer muito estranho, mas há já algum tempo que prevejo uma mudança radical, principalmente no meu modo de vida, porque quero acabar o curso e arranjar um emprego e tal. Mas também sinto que há certas pessoas que vou deixar de ver, de falar, de lidar (ou então não). Este Verão serviu para saber em que pé estou.

Mas foi tão bom. Tudo. As churrascadas, o vinho, as litrosas, a praia, os risos, as manhãs a comer pica-pita-booni-pau, o piri-piri, os maços e maços de tabaco que fumei, as surpresas...
E agora estou com um aperto estranho na garganta. Mas é bom, é dos bons apertos. Até porque o Verão ainda não acabou e, mesmo quando acabar, não é um adeus. É um até já.

# posted by ana carina @ 7:46 PM

Quarta-feira, Setembro 08, 2004

Sapatos

Hoje vinha meio aborrecida e cansada (de quê??) direito a casa e tal e quando dou por mim, estou a olhar para a montra de uma sapataria. Entrei.
- Olhe, desculpe lá, tem estes sapatos número 37?
- Deixe cá ver... Não, 37 já não temos.
- e 38?
- 38 também não. Mas olhe, temos em branco e rosa.
- Não, queria mesmo pretos.
- E estes com o lacinho, não gosta?
- Deixe lá, deve ser o Universo a tentar dizer-me que não estou preparada para usar sapatos.

Às vezes não percebo porque é que as pessoas ficam a olhar para mim de maneira esquisita.


# posted by ana carina @ 7:41 PM

Segunda-feira, Setembro 20, 2004

Um verdadeiro inferno

Esta está a ser uma das minhas piores noites de sempre. Estou cheio de dores, da cabeça aos pés, literalmente. O meu tornozelo esquerdo está todo fodido, estou a pensar seriamente em voltar às canadianas. Tenho um bife no pé direito devido aos sapatos novos e voçês sabem como isso dói meus amigos... já vos contei que o meu joelho direito nunca mais ficou bom? Entre as pernas não vou comentar. Daí seguimos directamente para a cabeça. Podia falar do meu ombro esquerdo mas até se tem estado a portar bem. Vi-me forçado a bochechar com whisky. Não sei porquê, tenho umas chagas na minha boca que não me deixam dormir. Cada vez que cerro os dentes lá sinto um bolo que me provoca umas dores horríveis. Finalmente, temos a dorzinha de cabeça: insuportável.

Em termos existenciais isto também já teve bastante melhor. Portanto, temos um corpo destroçado numa alma que já não acredita.

Desculpem lá estes pormenores menos agradáveis mas passo a citar:
"Toda a especie de disparates que nos apetece dizer, mas que nao dizemos"

P.S. Estou a ficar careca.

# posted by Mojo_risin @ 3:43 AM

Sábado, Novembro 13, 2004

O primeiro sinal que as pessoas apresentam quando estão a queimar é a falta de sono. Dormem pouquissímo, cada vez menos. E nisso resulta uma dormência e um cansaço constantes. E, aos poucos, a cabeça vai falhando, falhando... *puff*, gone.

Sei que tenho andado com um humor insuportável, para os meus amigos, para os meus pais, para os meus colegas. Também sei que isso se deve em grande parte ao stress do projecto (que obrigatoriamente vai ser entregue 2a feira) e por isso, ao eliminar a fonte de stress, provavelmente vou sentir-me melhor.
You see, eu nunca funcionei grande coisa sobre pressão. Por isso estou aqui agora em frente ao computador (estou em frente a ele desde as 8h30) a respirar fundo e a arranjar coragem para ir para Lisboa.

Ontem acho que transbordei.
Fui sair, bebi uns copos a mais (no erro de pensar que isso ia ajudar a descomprimir) e tive de vir cedo para casa porque estava com uma vontade enorme de gritar e/ou de matar alguém.
Também não tenho paciência para gente mal humorada, que está constantemente a queixar-se de tudo e de nada. Mas eu tenho que me aturar. Não posso fugir de mim.
Cheguei a casa e tive umas boas horas a chorar e a soluçar e adquiri recentemente o terrível hábito do chain-smoking (i.e., fumar em cadeia), o que é sempre bom e libertador. Só que não tem passado.
Acordei às 7h da manhã e não tenho ressaca. Ou então tenho e não dou por ela. E, mesmo sabendo que à noite as coisas são sempre mais complicadas para mim, acordo e o sentimento continua cá. E não sei defini-lo, não sei de onde vem, não consigo fazer com que se vá embora.
Mais uma vez, é possível que o elemento stressante seja o projecto.
Sei que estou terrivelmente infeliz. Não é triste, não é stressada, é i-n-f-e-l-i-z. E ninguém gosta de gente infeliz. Muito menos eu.
Talvez esteja com medo de ter acabado o curso. medo de não ter grandes planos, objectivos. É que às vezes sinto-me como se andasse constantemente sobre aquelas pontes de madeira, como se vê nos filmes, que abanam por todo o lado e parece que vão cair a qualquer momento. Não sei se a dada altura vou dar um passo em falso e cair. Cair.
A única constante na minha vida, nos últimos... 2 anos é não saber quando vou cair. Se vou cair. E se a queda permite que me levante.
Mas, amiguinhos, a vida é isso, não é? Ter tudo programado, no surprises, não é grande vida.

Mas este não saber.
It's killing me.

Mais um desabafo. É só isso que é. Daqui a umas semanas estou a postar lontras pululantes outra vez, sejam pacientes comigo, porque não é fácil ser eu.

# posted by ana carina @ 9:49 AM

Sexta-feira, Dezembro 10, 2004

Saudade

Tenho saudades.
Tenho saudades de alguns colegas de escola, que nunca mais vi. Tenho saudades de brincar, de viver em Dois Portos, de ter um beco e uma vizinha do lado que era da minha idade (mas agora cresceu tão mais depressa que eu..). Tenho saudades das festas de anos com slows, quando se apagava a luz e dançavamos com o rapaz da semana. Tenho saudades de ir sair com a minha irmã. Tenho saudades da minha sobrinha quando era bebé e tão pequenina como eu nunca imaginei que pudesse ser mesmo assim. Tenho saudades de sair com 16 anos até à meia noite e meia e aproveitar cada segundo. Tenho saudades das noites de Verão, de Coja, do pão com chouriço especial que se faz lá e da minha cascata. Tenho saudades de estar sozinha, numa tarde de Primavera. Tenho saudades de estar na praia até às 20h, já vestida, a fumar um cigarro e a ver o mar. Tenho saudades de Paris. Tenho saudades de ler um livro que me faz chorar, de ver um filme que me faz sonhar, de ouvir uma música que me arrepia. Tenho saudades das estrelas do meu tecto, que o Humberto me fez arrancar. Tenho saudades de andar de mão dada na rua, de dormir enroscada e acordar ao lado de alguém que me faz sentir bem. Tenho saudades de receber flores, de receber cartas, do meu primeiro namorado que casou. Tenho saudades de noites passadas a rir com os meus melhores amigos que me conhecem dos pés à cabeça e que gostam de mim na mesma. Tenho saudades que me beijem e me segurem na cara, mesmo não tendo a certeza se isso alguma vez aconteceu. Tenho saudades que me digam baixinho que sou bonita e que gostam de mim.
Tenho tantas saudades.
Mas as saudades nascem das recordações. Tenho vivido uma vida boa.



# posted by ana carina @ 7:44 PM

Quarta-feira, Janeiro 26, 2005

Falta de qualidade

É espantoso como o PCP, principal partido de esquerda em Portugal, consegue ter, consecutivamente, dois líderes tão fracos. Assisti hoje ao debate entre Paulo Portas e Jerónimo de Sousa. O nível deste foi embaraçosamente fraco. Uma completa falta de ideias. Parecia que o que estava em debate eram questões de fé, que normalmente não estão associadas a qualquer tipo de racionalidade, pelo menos aparente.
Onde estão os grande intelectuais de esquerda? Não sei se Carlos Carvalhas é um intelectual mas também não é seguro que tenha sido um homem de acção.
Será uma expécie já extinta em Portugal?

# posted by Mojo_risin @ 1:06 AM

Sexta-feira, Fevereiro 25, 2005

:)

Hoje.
Acordei primeiro o corpo e depois a cabeça. Os olhos não queriam abrir, mas obriguei-os. O corpo não se queria levantar, mas forcei-o. E pus-me de pé.
Hoje o dia nesceu radioso. Hoje estou bem disposta. Fervilho com uma emoção qualquer que está dentro de mim e com um desejo de gritar, gritar, gritar.. Estou feliz. Sou feliz. Estou feliz. Feliz
F E L I Z
E até dançava Ella Fitzgerald na calçada da Teresa Jesus Pereira com a Zuca se ela não fosse sempre tão envergonhada. Cantava a voz do Louis e ela a da Ella, o Gershwin, The way you zip your tea... , no carro, a fazer as rotundas. Com os vidros abertos, às 22h pela cidade fora.
Isso e muito mais.
E dizia às pessoas, a todas, não chores, não te preocupes. Porque fica tudo bem. Acaba tudo bem. Está tudo bem, dança comigo, vamos por esta calçada fora a pulular tal animaizinhos enlouquecidos. Porque hoje eu estou feliz. E tu, queres ser feliz comigo?

# posted by ana carina @ 2:50 PM

Segunda-feira, Abril 18, 2005

Lado Esquerdo

Música dos Clã, letra do Carlos Tê.

mas actualmente a ouvir Yann Tiersen, muito alto, os agudos do piano quase que me magoam os ouvidos.

Hoje foi um daqueles dias. Adormeci com um mau pressentimento, dormi mal e inquieta, tive pesadelos. Acordei e abri a porta de casa, à espera de nem sei bem de quê encostado ao tapete.
Nada.
Um pesado nada.
Um vazio nada.

esta voz (Claire Pichet) que chora nesta música, Summer 78, está a entrar-me na alma.

O dia passou assim numa neblina. É mais fácil quando as mãos estão ocupadas com agulhas ou cigarros . Dizem também que é mais fácil não pensar nas coisas. Mas a cabeça não deixa, a não ser quando eu a engano. É difícil.

doem-me as mãos e os pés. Estou pesada, pesada, pesada. Já nem caminho, arrasto-me pelo chão.

Amanhã. Amanhã tudo estará melhor. Amanhã já é dia.

desisto.
cada vez me sinto mais pequenina. mais pequenina. um dia acordo e descubro que me tornei num bicho pequeno e insignificante que se pisa sem dar por isso. um bicho. bichinho. pequenino. pequeníssimo.

# posted by ana carina @ 9:15 PM

Quinta-feira, Maio 05, 2005

Tendências

- És de esquerda ou de direita?
- Sou de ambas, tenho muito amor para dar. Até estou a pensar participar num reality show.

# posted by Mojo_risin @ 5:12 PM

Domingo, Maio 15, 2005

A solidão, a mais fiel de todas as amigas!

Pessoas vão e vêm nas nossas vidas, umas aparecem por bem, outras nem tanto,

mas todas elas acabam por partir, mais tarde ou mais cedo, ficando apenas a nossa grande e fiel amiga, a solidão.

Estou a ouvi-la, uma vez mais, a bater suavemente na porta, acho que vou deixa-la entra para desfrutar da sua companhia.

Cada vez mais isto faz sentido.

# posted by A quimera @ 6:28 AM "

One in a Million

Guess I needed
Sometime to get away
I needed some peace of mind
Some peace of mind that'll stay
So I thumbed it
Down to sixth and L.A.
Maybe your greyhound
Could be my way

sábado, julho 02, 2005

Amigotchis

Para todos os adolescentes que me estão a ler (aposto que não serão muitos), há algo que deveriam saber. Quando a adolescência passa, ocorre um fenómeno maravilhoso. Pura e simplesmente há coisas que dantes nos causavam tanta azia e sofrimento, que agora perdem toda a sua importância. As hormonas já não chateiam tanto, os amigos consolidam-se e são mesmo amigos, e não um grupo de pessoas que se veste da mesma maneira com medo de ser diferente, e apesar das crises inerentes a qualquer ser humano, já não nos sentimos tão mal tantas vezes. We just fit in in our own way.

Isto era porquê?

Ah, ontem, passados 5 anos, voltei a ir espreitar a Feira de São Pedro, com os amigos. Fomos lá à tarde, ficámos para jantar num dos restaurantes improvisados, bebemos vinho de jarro e sangria de pressão e embebedámo-nos severamente.
Aquele vinho fez-me mal, ou então foi a cerveja alegremente distribuida pelo calor da tarde que agravou o estado alcoolizado, ou então foi do cheiro da feira que me trouxe recordações, mas surgiu-me um inevitável carinho por tudo o que tenho agora e por tudo o que se passou que me fez a pessoa que sou.
Nostalgia.
E agora, com uma ressaca que já não tinha há anos, estou meia incomodada, meia feliz, meia saudosa. Mas com uma enorme vontade de dizer isto: não me arrependo de nada.