sábado, novembro 13, 2004

O primeiro sinal que as pessoas apresentam quando estão a queimar é a falta de sono. Dormem pouquissímo, cada vez menos. E nisso resulta uma dormência e um cansaço constantes. E, aos poucos, a cabeça vai falhando, falhando... *puff*, gone.

Sei que tenho andado com um humor insuportável, para os meus amigos, para os meus pais, para os meus colegas. Também sei que isso se deve em grande parte ao stress do projecto (que obrigatoriamente vai ser entregue 2a feira) e por isso, ao eliminar a fonte de stress, provavelmente vou sentir-me melhor.
You see, eu nunca funcionei grande coisa sobre pressão. Por isso estou aqui agora em frente ao computador (estou em frente a ele desde as 8h30) a respirar fundo e a arranjar coragem para ir para Lisboa.

Ontem acho que transbordei.
Fui sair, bebi uns copos a mais (no erro de pensar que isso ia ajudar a descomprimir) e tive de vir cedo para casa porque estava com uma vontade enorme de gritar e/ou de matar alguém.
Também não tenho paciência para gente mal humorada, que está constantemente a queixar-se de tudo e de nada. Mas eu tenho que me aturar. Não posso fugir de mim.
Cheguei a casa e tive umas boas horas a chorar e a soluçar e adquiri recentemente o terrível hábito do chain-smoking (i.e., fumar em cadeia), o que é sempre bom e libertador. Só que não tem passado.
Acordei às 7h da manhã e não tenho ressaca. Ou então tenho e não dou por ela. E, mesmo sabendo que à noite as coisas são sempre mais complicadas para mim, acordo e o sentimento continua cá. E não sei defini-lo, não sei de onde vem, não consigo fazer com que se vá embora.
Mais uma vez, é possível que o elemento stressante seja o projecto.
Sei que estou terrivelmente infeliz. Não é triste, não é stressada, é i-n-f-e-l-i-z. E ninguém gosta de gente infeliz. Muito menos eu.
Talvez esteja com medo de ter acabado o curso. medo de não ter grandes planos, objectivos. É que às vezes sinto-me como se andasse constantemente sobre aquelas pontes de madeira, como se vê nos filmes, que abanam por todo o lado e parece que vão cair a qualquer momento. Não sei se a dada altura vou dar um passo em falso e cair. Cair.
A única constante na minha vida, nos últimos... 2 anos é não saber quando vou cair. Se vou cair. E se a queda permite que me levante.
Mas, amiguinhos, a vida é isso, não é? Ter tudo programado, no surprises, não é grande vida.

Mas este não saber.
It's killing me.

Mais um desabafo. É só isso que é. Daqui a umas semanas estou a postar lontras pululantes outra vez, sejam pacientes comigo, porque não é fácil ser eu.