terça-feira, setembro 06, 2005

Mulheres

Depois de um período nada dedicado à leitura, agarrei-me vagarosamente à minha última compra, "A Imortalidade" de Milan Kundera. Há uns meses comecei a ler "A Valsa do Adeus", do mesmo autor, mas nunca acabei, não me atraiu por ai além, mas já este...
As pessoas não são todas iguais, acontece-me muitas vezes ficar a remoer certos comportamentos que tenho por não saber se se inserem na dita normalidade dos outros. Há quem não goste de ser igual, mas também não queira ser muito diferente. Eu gosto do Kundera porque ele parece compreender as mulheres. Ou pelo menos as mulheres como eu.
No livro, 3 das personagens principais são mulheres. Duas são irmãs, completamente opostas uma da outra. Uma num casamento apagado, que vive em harmonia com o marido, mas sem ser realmente feliz, e a outra uma verdadeira rainha do drama, apaixonada (ou será apenas mais um capricho?) por um homem mais novo que foi recentemente promovido a asno integral.
A outra, a Bettina, é simplesmente uma excêntrica insegura com laivos de um erotismo infantil, que, muito sinceramente, me irrita. Esta personagem irrita-me.
Adiante,
Mas por mais que eu me quisesse identificar com a Agnès, a irmã mais velha e mais racional, não consigo, e mesmo me revendo um pouco em cada uma destas mulheres tão diferentes, aborrece-me que a Laura seja tão parecida comigo.
Raios te partam Kundera, por me teres descoberto por aí algures.