terça-feira, maio 17, 2005

O círculo vicioso do autismo

Como me disse um caro amigo, são poucos os casos de mulheres autistas. O autismo é um pouco como o extremo do masculino. Regra geral, os homens têm mais tendência à introspecção e a actividades solitárias, como palitar os dentes. Em contraste, as mulheres tendem a ser mais empáticas, mais afoitas à interacção.

Como facilmente se percebe, há aqui um conflito de interesses, a partir do momento em que, homem e mulher, escolhem trilhar o mesmo caminho. Este delicado equilíbrio é ainda agravado se pensarmos que os homens normalmente gostam de uma certa diversificação social, inclinando-se para um convívio do género tertúlia, ao invés de um programa mais a dois, típico de um casal. Em relação às mulheres, ainda não consegui apurar com precisão o que preferem, mas dá-me ideia que não depende tanto delas próprias mas é uma função de.

Ora, considerando o perfil acima exposto, teremos três hipóteses de coexistência, podendo o homem (hipóteses mutuamente exclusivas mas que normalmente coabitam juntas em doses diferentes):

1. Trocar as actividades que naturalmente teria, passando a passar o "devido" tempo com a sua cara-metade. Pouco viável a médio/longo prazo.

2. Escolher a companhia de outros, preterindo a companheira. No limite, é uma não solução.

3. "Legitimamente", ter afazeres que o impedem de passar mais tempo a disfrutar dos prazeres da sua abençoada união: estudar, trabalhar, inventar um penico espacial, resolver um puzzle de mil e uma peças, ler a constituição europeia; numa palavra e outras tantas, refugiar-se no seu cantinho sempre fiel - santuário.