sexta-feira, março 18, 2005

A8

Há quase 6 anos que vou e venho (quase?) todos os dias para Lisboa, no Expresso. 40 minutos (quando o trânsito o permite) pela A8. Já sei o Kilómetro em que passamos do Cretácico para o Miocénico (a instalação do Complexo Vulcânico de Lisboa assim o permitiu), conheço bem aquelas bancadas de arenitos, depois os calcários, depois os basaltos. Já vi todos os taludes de escavação, reparei em todas as possíveis falhas. Até os billboards à entrada de Lisboa (que persistem meses e meses a fio..) eu já conheço muito bem.
Depois há o massacre do autocarro das 6h50 que, felizmente, faz muitas luas que não apanho. A mescla de perfumes, cada um pior que o outro, que as pessoas insistem em usar exageradamente ( talvez porque pensem que assim cheiram "bem" o dia todo), o silêncio respeitador de toda a gente que faz aquilo todos os dias e quer dormir..
Pessoas que estudam no autocarro. Pessoas que comem laranjas. Pessoas que conversam, pessoas que riem, pessoas que se limitam a olhar pela janela, para um caminho que conhecem de cor.
É por tudo isto que não gosto das pessoas que compram bilhete.
São estranhos.