Pai Natal, seu traste
Bem, ainda não sei muito bem sobre o que escrever (é melhor não dizeres nada, pensam vocês). Mas ontem vinha para casa a pensar: “tenho que dizer alguma coisa sobre o Natal. Mas o quê? As prendas que gostaria de receber?, aonde vou estar?” Não, não, lembrei-me de outra: que tal discorrer sobre o momento em que me apercebi que o Pai Natal não existe. Também pensei que podia chegar aqui e dizer que ainda acredito na existência daquele velho de barbas pendentes, bochechas escarlates e barriga obesa, apresentando-vos um conjunto de argumentos bastante plausíveis. Por exemplo, algumas pessoas dizem que passaram a desconfiar da existência dele quando começaram a frequentar centros comerciais, ruas de comércio, enfim, sítios onde exista um grande amontoado de pessoas: “é que há sempre um Pai Natal em cada esquina, como é possível estar em tantos sítios ao mesmo tempo?”, diziam eles. Eu então respondia: “então querias o quê?, que ele estivesse ali na paragem à espera do autocarro para ir até outro local. O Pai Natal, como é dotado de poderes mágicos, vai de um sítio a outro sem grandes dificuldades”.
Outra coisa que me tentavam impingir era esta: “e aquelas barbas, vê-se logo que são falsas. Puxa-as e vês logo aquilo a deslocar-se do queixo”. Pois é, aqui reside o principal motivo porque passei a acreditar que aquele velhinho afável afinal não existe. A questão é simples. Aquele argumento, para a minha abismal ingenuidade, não tinha valor nenhum. Então porque é que as barbas do homem tinham que ser iguais às nossas? Aliás, uma das minha fantasias de infância, e se fosse relativamente mais pequeno, era puxar as barbas brancas para baixo e sentar-me nelas, à maneira de um simples baloiço. Aí, então, suspirava por, à medida que em empurravam, poder tocar nas nuvens, elevar-me acima das árvores, acima dos edifícios, e ao encontrar-me acima destes, sabia-me acima de todos as pessoas. Enfim, o problema não era este. O pior foi quando os meus pais, numa remota ida a um centro comercial, colocaram-me em cima de um Pai Natal. Esfusiante, sentei-me logo no seu colo e a primeira coisa que fiz foi puxar-lhe as barbas. Azar, eram verdadeiras. O homem deu um enorme grito de terror, os meus pais puxaram-me envergonhados, enquanto o suposto Pai Natal de centro comercial, gritava: “menino mau, menino mau, já não vais receber nenhuma prenda”. E não é que se enganou.
Outra coisa que me tentavam impingir era esta: “e aquelas barbas, vê-se logo que são falsas. Puxa-as e vês logo aquilo a deslocar-se do queixo”. Pois é, aqui reside o principal motivo porque passei a acreditar que aquele velhinho afável afinal não existe. A questão é simples. Aquele argumento, para a minha abismal ingenuidade, não tinha valor nenhum. Então porque é que as barbas do homem tinham que ser iguais às nossas? Aliás, uma das minha fantasias de infância, e se fosse relativamente mais pequeno, era puxar as barbas brancas para baixo e sentar-me nelas, à maneira de um simples baloiço. Aí, então, suspirava por, à medida que em empurravam, poder tocar nas nuvens, elevar-me acima das árvores, acima dos edifícios, e ao encontrar-me acima destes, sabia-me acima de todos as pessoas. Enfim, o problema não era este. O pior foi quando os meus pais, numa remota ida a um centro comercial, colocaram-me em cima de um Pai Natal. Esfusiante, sentei-me logo no seu colo e a primeira coisa que fiz foi puxar-lhe as barbas. Azar, eram verdadeiras. O homem deu um enorme grito de terror, os meus pais puxaram-me envergonhados, enquanto o suposto Pai Natal de centro comercial, gritava: “menino mau, menino mau, já não vais receber nenhuma prenda”. E não é que se enganou.
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