sexta-feira, dezembro 16, 2005

Olhos que reflectem luas sem fim

Os olhos que vejo limpos
Longe de tão perto estar
Os olhos que tingi de vermelho
Uns em que mergulho lesto
Como num buraco sem fundo
Néscio
Louco por me perder
Saudade de voltar a ser
Pequeno bicho do mato
Deixar tudo de fora
Lua se estivesses comigo
Ou eu perdido em ti
Nos brancos prantos
No pensamentos
Em pleno torpor
Frágil fundação
Com base de nada
E mente adormecida
Alma que não se entrega
Corpo que não descansa
Mais que nada
Menos que tudo
Não sou Uno em mim
Mas parte de todo eu
E restos espalhados aí
Esvaído do soro
Precioso da vida
Saberei porventura
Onde procurar
Que sobra dos cacos
Arrancados na dor
De ser sempre assim
Olhos que reflectem
Luas sem fim
Olhos que brilham
Na sua luz
Nos seus confins