terça-feira, janeiro 27, 2004

Já nem as procuro.
Que cansaço..
Um dia ainda vai abaixo a árvore,
e o poiso á vida ah pois.
Ao chão como tudo o resto.

Alguém passa a rir bonita admira-me,
não entendo nada,
nada.. é preciso ver
Com olhos bem abertos e estar lá,
no corpo da outra pessoa,
no sexo da outra pessoa,
sentir a outra pessoa não sei.. Não vejo bem.

Ela podre e eu no poiso,
ali no chão terra,
na árvore que está lá deitada,
rachada, morta podre..

Pensava haver um acordo,
pensava que éramos os dois só.
Ela e eu, a árvore e a introspecção..
Mas não...
Já nada procuro, porque não sei o que procurar
nem o que vou encontrar
nem se vou encontrar
nem se me interessa...
Nem se vale a pena, ou o esforço, por isso mesmo exactamente.

Entretanto, à que enfrascar os sentidos até à inconsciência
e evitar telejornais, a luz do dia, e a da noite aliás,
e eu próprio também seria bom..


"Árvores tombam todos os dias"