segunda-feira, janeiro 05, 2004

A rua a  noite, tal como a conhecemos,
fria, sozinha, longe das graças de Deus.
Aqui não está mais calor, no entanto mantenho-me o mais despido possivel..
Não que eu goste, ou que goste de sofrer,
é so porque não me apetece mexer e alcançar o roupeiro.. Nada mais que um calão..
Ainda que demonstre empenho ou qualquer coisa semelhante
sofro apenas de uma grave doença ocidental,
o "american dream" aqui do sitio,
e espero, espero sentado, ou deitado, mas espero
(não vá acontecer qualquer coisa à parede do meu quarto,
ora,
não me vá escapar tamanho e grandioso acontecimento..)

Eventualmente morrerei, de tanta apatia,..
mas é nesta altura que devemos ser leves connosco próprios,
deixar a maré levar os sentimentos mais cansativos
e ficar a ver as brechas da parede a abrir, tal qual uma flor, com o passar dos meses.. anos.
Tempo sobre tudo. Tudo sobre o tempo.

Quando me levantar de manhã, ou de tarde mesmo,
tudo será diferente,
tudo menos a minha vida,
que parece um cão atrás da cauda,
que observa e não age, que é existente como o vento
mas que não poisa pois não o sabe fazer...


Rudy Black