Acordar Tarde
Sabiam que o Jorge Palma canta um poema de Al Berto? No último albúm que lançou, O Norte.
Não está grande coisa, mas sabe-me bem ter duas das minhas grandes referências artísticas numa só.
E vem assim a letra (se não me engano pertence ao Horto de Incêndio):
Não está grande coisa, mas sabe-me bem ter duas das minhas grandes referências artísticas numa só.
E vem assim a letra (se não me engano pertence ao Horto de Incêndio):
Acordar tarde
tocas as flores murchas que alguém te ofereceu
quando o rio parou de correr e a noite
foi tão luminosa quanto a mota que falhou
a curva - e o serviço postal não funcionou
no dia seguinte
procuras ávido aquilo que o mar não devorou
e passas a língua na cola dos selos lambidos
por assassinos - e a tua mão segurando a faca
cujo gume possui a fatalidade do sangue contaminado
dos amantes ocasionais - nada a fazer
irás sozinho vida dentro
os braços estendidos como se entrasses na água
o corpo num arco de pedra tenso simulando
a casa
onde me abrigo do mortal brilho do meio-dia
Li ontem no Público:
"A história que nós somos não nos larga", de Vasco Pulido Valente.
"A história que nós somos não nos larga", de Vasco Pulido Valente.
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