sábado, junho 04, 2005

Super Bock

Ontem foi daquelas noites intensas.
Lembro-me de vir a pé para casa cheia de certezas e pensamentos incríveis, cheia de coisas indubitavelmente certas na minha cabeça. Hoje, para além de não me lembrar de metade, não me convenço do resto.
A isto chama-se a bebedeira iluminada. Um bêbado iluminado acha sempre que descobriu a verdade absoluta, a solução para todos os seus problemas. Um bêbado iluminado ou adormece a pensar que o dia seguinte vai ser brilhante e genial, ou resolve tratar de tudo logo ali. O que é um erro crasso, porque não há registo na história de uma conversa ter corrido melhor por se estar bêbado.
O despertar assim torna-se triste e vazio. E é esta umas das maiores razões que me lembro quando decido deixar de beber. Não é da ressaca física, mas sim da ressaca da alma, quando todos os planos que fiz na noite anterior me pareceram a solução perfeita, não passam, no fundo, de uma data de disparates que a minha bebedeira iluminada me impingiu.
É claro que hoje, sendo Sábado à noite, não pretendo abdicar da minha Super Bock e das verdades absolutas que ela me transmite. Só tenho que melhorar o meu despertar, o meu cair na realidade. Saber acordar.