quinta-feira, agosto 17, 2006

Somethings never change

Já com a casa cheia outra vez, as televisões requesitadas pelos anciães e os amigos pelo algarve, pouco me resta senão intercalar o meu tempo entre os livros, os artigos sobre cerâmica (estou seriamente a pensar se é mesmo isto que quero e acho que sim) e o computador.

Ainda tentei por-me em arrumações, tenho 3 caixotes e dois sacos de *cof* lã (quando digo sacos preciso de vos avisar que são daqueles sacos gigantes que a ciganada usa para carregar o material) para arrumar, agulhas, tecidos, botões, missangas e coisas aleatórias que precisam de espaços próprios para me relembrarem que existem e que precisam de ser trabalhados.

Não. Hoje não é um dia propício para arrumações.

Então fui ler o velho journal, o grande diário, que passou de diário para semanário, para mesário para escrevo-quando-calha-ou-estou-com-os-copos.
Alguém um dia me disse (ou li algures) que as pessoas quando escrevem diários, escrevem para alguém. O alguém que vai encontrar esse diário, anos depois da nossa morte, ou algum romantismo do género. (já agora, é por isso que os blogs são tão apetecíveis)
Os meus não. Aliás, nos últimos 4 anos, quem os leia sem conhecer o meu contexto, nem percebe patavina do que estou a falar.

Mas eu percebo. E hoje li uma frase que escrevi em 2000 que podia perfeitamente ter escrito hoje.

E mais tarde voltei ao Vinhas da Ira e li o Tom Joad que dizia "eu ando com um pé em frente do outro", e que não serve de nada nos preocuparmos com as coisas que não podemos controlar.
E eu sentir-me-ia frustrada se não me estivesse a esforçar.

Mas estou. Não vou baixar os braços, não agora, vou fazer o que posso para que as coisas aconteçam, vou dar aquele passinho à frente, um de cada vez, e logo se vê o que o futuro traz.

Deixo aqui, portanto, dia 17 de Agosto de 2006, 22h43, o meu manifesto, vou deixar de me preocupar com quase tudo e fazer apenas aquilo que sempre tentei (e nem sempre foi possível), que é dormir de consciência tranquila.