segunda-feira, julho 21, 2008

Karma

Há pormenores que fazem daquilo o que somos.
No fundo, está tudo nos pormenores. É aquilo que nos distingue da grande massa que é o resto do mundo, é aquilo que nos torna indivíduos, únicos e especiais.

Apesar da evolução dos últimos anos, continuo a mesma de sempre. Há coisas que têm um peso diferente para mim do que para o resto das pessoas. Não é fácil ser assim, há muito que tento fazer crescer essa faceta, mas, e apesar de estar um pouco diferente, é-me difícil viver com pensamentos negativos.
Bem sei que para certas pessoas, isto pode ser considerado uma fraqueza. Mas este fim-de-semana, surgiu-se-me uma grande revelação. Já que não consigo ainda atingir o equilíbrio, estou satisfeita por estar deste lado do espectro.

E passo a explicar.

Querer perdoar, não por altruísmo, mas porque nos faz mal estarmos zangados, e aquele espaço negativo que esses sentimentos ocupam pode ser ocupado com outras coisas, mais felizes. Pode parecer uma fraqueza, mas no fundo não o é. Recuso-me a pedir desculpa por ser assim.
Pela primeira vez na minha vida, o facto de ter aberto o coração, e ter desistido desse sentimento negativo, não me trouxe a reacção esperada.
Se eu fosse menos ingénua, teria-me poupado da pequenina humilhação que uma situação destas traz. Mas o curioso aconteceu, depois do choque inicial, e depois de uma noite bem dormida, apercebi-me que as energias negativas tinham desaparecido.
Apercebi-me que se pode perdoar sem ter que o expressar verbalmente, nem ter a aceitação do outro lado (há quem não queira ou não precise do nosso perdão).

Apercebi-me finalmente que o caso está enterrado, que não sinto nada, nem de bom, nem de mau.
E se para certas pessoas, aquilo que fiz pode parecer fraqueza, para mim, aquilo que senti foi um alívio por estar deste lado do espectro.

Porque deve ser muito triste ser assim tão infeliz.