quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Carnaval Já Mexe

Para quem não é de cá, custa um bocadinho perceber esta euforia pré-carnavalesca que invade os torrienses nesta altura do ano (e por cá esta euforia atingiu o pico há mais de um mês).
Hoje, na minha demanda pelas ventosas que quero aplicar no meu polvo, não fui capaz de conter o sorriso de orelha a orelha ao avistar as decorações já prontas pelas ruas por onde passa o corso, as barraquinhas de Super Bock já montadas, as carrinhas cheias, cheias de cerveja a atrapalhar o trânsito, e as pessoas num frenesim de quem esperou pela última da hora, à procura daquele ou doutro pormenor que falta.

O título deste post é primeira página do Badaladas, jornal regional, que descreve por palavras geniais o que o comum torriense sente nesta altura do ano. É uma altura em que médicos, advogados, pedreiros, estudantes, professores, desempregados, seja que profissão ou estatuto tiverem, pegam em roupas velhas, perucas e óculos escuros, vestem-se a preceito e bebem desalmadamente, bailando ao som de música brasileira até a polícia fechar os bares (que nesta altura têm permissão para ter música em altos berros até às 4h da manhã (se bem que se esticam sempre até às 7h, 8h, às vezes até mais tarde), onde os mais corajosos (ou mais bêbados) se enfiam na discoteca da cidade até ao meio dia.
E é assim durante 6 dias.
Temos os reis, que não são figuras públicas, mas sim figuras da cidade, dois homens, um Engº Civil (rei) e um não sei quê (rainha), que todos os anos adoptam nomes curiosos, e quase obscenos, relativos ao tema, que este ano é Artistas. E artistas vão aparecer, de todos os géneros e feitios, porque se há coisa que reina nesta cidade nesta altura é criatividade, animação e muuuito, muuuito alcoól...

Fica aqui o convite, para quem ficar curioso e não for de cá, experimentem passar por Torres Vedras a partir de 6a feira e até 2a, à noite, tragam uma máscara e muita animação e se virem por aí um polvo... paguem-lhe uma imperial, que de certeza que recebem um sorriso de volta.


segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Ah S. Pedro, tu que detestas o Carnaval!

Ouvi hoje que o mau tempo ía piorar a partir de quinta-feira.
Como se já não estivesse mau o suficiente.

É nestas alturas que penso que deveria ter feito um polvo impermeável.
Caramba, é sempre isto.

sábado, fevereiro 18, 2006

Apaga as estrelas

A ouvir Al Berto a declamar os seus próprios poemas, transcrevo-vos este, que sem dúvida é um dos meus preferidos e que ele adaptou como final do seu livro de prosa Lunário.


"No centro da cidade, um grito. Nele morrerei, escrevendo o que a vida me deixar e sei que cada palavra escrita é um dardo envenenado. Tem a dimensão de um túmulo e todos os teus gestos são uma sinalização em direcção à morte.

Mas hoje, ainda longe daquele grito, sento-me na fímbria do mar. Medito no meu regresso.
Possuo para sempre tudo o que perdi, e uma abelha pousa-me no azul do lírio e no cardo que sobreviveu à geada. Bebo, fumo, mantenho-me atento, absorto - aqui sentado, junto à janela fechada. oiço-te ciciar: amo-te, pela primeira vez, e na ténua luminosidade que se recolhe ao horizonte, acaba o corpo. Recolho o mel, guardo a alegria, e digo-te baixinho:
Apaga as estrelas, vem dormir comigo no esplendor da noite do mundo que nos foge."

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Clarear

Ficar parado no tempo
Deixar crescer o buraco
Entender um olhar
Serás tu um sorriso no Sol
Eu serei uma lágrima na Lua
E as estrelas irão brilhar
Serão o reflexo da tua Luz
Fragmentado na minha água
Vai sobrar só o silêncio
Da palavra que fica no ar
Da visão que é o céu
Da tristeza
Da alegria
Do equilíbrio
Da constante universal
Que tudo tem de variável

Still Remembering

Não têm sido tempos fáceis.
Bombardeada por uma série de eventos que me conduziram até aqui ao agora. Torço sempre para que tome as decisões certas e já há algum tempo que tenho tido atenção para que durma sempre de consciência tranquila. O que é certo é que nem sempre as tomei e desta vez espero não me enganar.

They say that good people are always first to drop.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Ocupada

O que fazer quando o mundo não nos deixa em paz?
Preparativos de Carnaval.
O meu polvo já está a ganhar forma e hoje comprei os óculos que vão andar graciosamente na minha cara durante este período. They rock, don't they?


Ultimamente Torres Vedras tem sido certamente saturante, mas não consigo deixar de amar esta cidade quando todas as montras estão cheias de tecidos com estampados ridículos, perucas coloridas, retrosarias cheias de botões gigantes, lantejolas e plumas.
What should we do, what should we do..! Make an octopus, of course! You can never go wrong with an octopus.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Goya

Goya era um pintor espanhol que um dia enlouqueceu e pintou as paredes de casa com temas obscuros e coisas que nos arrepiam a espinha. Chamam-lhes as Pinturas Negras.


Este é o Saturno (na mitologia Grega é o Cronus, o pai de Zeus), que dada a profecia que um dia um dos seus filhos o iria retirar do trono, comia-os à nascença.

Escape to the Void *

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Kazimir Malevich. Black Circle
Gosto muito deste quadro. E desta letra.

* Sepultura